sábado, 21 de novembro de 2009

A Psicologia e a Astrologia - A Llinguagem dos Símbolos (I)



Desde a origem da Filosofia já se considerava a necessidade de mantermos o espírito aberto e ingénuo como uma criança, isto é, a capacidade de cada um de nós surpreender-se face ao desconhecido. De igual modo, quem não é capaz de revelar essa atitude face às tarefas a desenvolver a nível profissional, conservará, na melhor das hipóteses, uma rígida adesão a dogmas já estabelecidos e portanto ficará aprisionado às suas estruturas de pensamento.

Assim sendo, colocamos a seguinte questão: Que poderão ter em comum a Psicologia e a Astrologia, dois ramos do saber aparentemente distintos? Em primeiro lugar e a nível popular, os conteúdos astrológicos são vistos com quase total superficialidade e sem nenhum tipo de profundidade, apesar de se aceitarem como válidos.

Para abordarmos este tema de uma forma ampla e chegar às suas raízes, é necessário precisar alguns aspectos que, por serem tão evidentes, passam-nos despercebidos.Tanto a Psicologia como a Astrologia baseiam-se essencialmente em símbolos. Na verdade, devemos dizer que toda a nossa vida baseia-se em símbolos. Apresentemos um exemplo: o que é um átomo? Alguém já viu alguma vez um átomo? É na realidade um símbolo com o qual representamos uma ínfima porção de matéria. Apresentemos agora um outro exemplo afim à Psicologia. Uma pessoa conserva uma madeixa de cabelo; a mesma recorda-lhe uma experiência gratificante e cada vez que pretende recriar aquela situação recorre ao símbolo que a faz reviver esse momento. Suponhamos agora, que por acidente, se vê privada da flor. Isto, no entanto, não impedirá que, imaginando que a tem, consiga recordar aquele momento. Se bem que possamos dizer que a experiência vivida representa algo concreto, tudo gira em torno do símbolo. Por outras palavras, colocamos o símbolo como algo exterior, independente de nós próprios e daí advêm os nossos problemas.

Quando em Astrologia dizemos que Marte influi sobre nós, incentivando à acção, a nossa atitude mental, é a de que, efectivamente, o símbolo Marte é algo que se encontra “fora” e então surge a questão: como pode um planeta à distância exercer sobre nós algum tipo de influência? Em absoluto não podemos dizer que Marte está “dentro” de nós; significa simplesmente que o símbolo, como tal, é uma projecção da nossa realidade interior.

No quotidiano, quando vemos o símbolo de uma empresa qualquer, automaticamente a associamos com a qualidade do produto ou do serviço que nos presta. Sem dar-mos conta, transferimos o símbolo ao produto e desta forma o externalizamos.

Este processo mental é tão automático que nem sequer o analisamos convenientemente, de tal forma confundimos uma projecção interior (símbolo) com uma realidade exterior.

Na Psicologia encontramos exemplos deste tipo. Detenhamo-nos então na tragédia grega que se converteu na fonte do material necessário para que Freud desenvolve-se a sua teoria sobre o seu famoso Complexo de Édipo.

Alguém pôde ver Édipo? Não. No entanto, não colocamos em dúvida que no seio de uma família se detecta um processo similar ao descrito no drama edípico.

(Continua...)

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