quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Significado das Casas em Astrologia (I)


O sistema das doze Casas do Zodíaco é, como este, o resultado de uma evolução do pensamento astrológico.

Assim, como houve tempos em que o Zodíaco não era constituído por doze signos (a Balança insere-se nele em data relativamente tardia), durante muito anos a única subdivisão do movimento diurno foi a dos quatro pontos angulares do Mapa Natal. Mais tarde percebeu-se, que em cada ângulo se apresentava uma culminação precedida duma zona de nascente e seguida de uma zona de poente, o que conduziu à versão de oito casas.
Deste sistema de oito casas passou-se ao sistema de doze de origem greco-egípcia. Esta formação resultou de um processo semelhante à do sistema caldaico do Zodíaco. Relativamente à sua génese, vemos aparecer a simbólica da natureza vivida enquanto experiência anual da alma humana, respostas psicogenéticas da psique às estimulações cósmicas, segundo o processo inconsciente de “projecção” identificado por Jung.

Paralelamente a esta psicologia natural, articulou-se a mitologia estrelar, as alegorias e lendas dos deuses e heróis solares (Osíris, Héracles, Gilgamesch) nas suas viagens e aventuras através das doze estações eclípticas. Especulações filosóficas vieram completar esta bagagem zodiacal.

Assim como a alma humana foi impregnada do ritmo sazonal do Zodíaco, não deixou de sofrer a influência das variações quotidianas da marcha do Sol; os poetas não se privaram de evocar o alegre esbanjamento da manhã, a plenitude exaltante do meio-dia, a quietude do fim do dia e a calma da noite.

Paralelos bastante frutíferos, permitiram até, estabelecer relações precisas entre o círculo do movimento diurno e os Elementos, as estações e as idades da vida, sendo a manhã assimilada à infância, o meio-dia à maturidade e o cair da noite à velhice. Seja como for, o sistema hermético das Casas repousa essencialmente na simbólica do desenrolar do dia, estando as doze Casas em correspondência com as doze horas duplas do dia babilónico, e, por conseguinte, em relação com o curso do Sol e as imagens da vida corrente, fruto dele. Além disso, as analogias precisas acima mencionadas permitem estabelecer uma equivalência simbólica entre o dia e o ano, ou seja, entre as doze horas babilónicas e os doze meses do calendário. Sendo o grau do Ascendente o começo do ciclo diurno, como o 0º do Carneiro para o ciclo anual, estabeleceram-se correspondências precisas entre a Casa I e o Carneiro, a Casa II e o Touro….a Casa XII e os Peixes.

Se podemos considerar que um factor astrológico é capaz de representar um elemento objectivo, diremos que o signo zodiacal é para a Casa que lhe corresponde o que uma disposição subjectiva é para uma realidade objectiva. Assim, o Touro é um signo oral que tem a ver com as tendências relacionadas com as aquisições e as posses… e a Casa II concerne as finanças, o dinheiro ganho, a fortuna.

Às casas atribuímos, pois, o plano das condições da existência concreta, simbolizando cada Casa um domínio particular da nossa existência.

(continua...)

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