sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Luis Vaz de Camões - O Astrólogo (III)


“O dia em que nasci morra e pereça
Não o queira, jamais, o tempo dar
Não torne ao mundo; e se tornar,
Eclipse nesse “passo” o Sol padeça...”

Ao pesquisador atento não restará dúvida de que na “redundância” (morra e pereça) está implícito o duplo infortúnio ou o dia do seu nascimento em 23 de janeiro, coincidindo com a conjunção Saturno e Júpiter quando, segundo Camões, Saturno o lobo, aflige a fortuna, (Júpiter) roubando-lhe a sorte; e o eclipse do Sol o qual haveria de ocorrer, nesse mesmo dia (o “passo” do Sol), um ano depois, no mesmo dia 23 de janeiro do ano seguinte, no seu primeiro aniversário... A profecia de que se o dia do seu nascimento se repetir no aniversário (no ano seguinte): “Eclipse nesse passo o Sol padeça...” E Camões acrescenta com precisão astrológica que nasceu debaixo da influência funesta de Saturno... “Quem nasce em dia De estrela tão dura, Não acha ventura Não pôs minha Estrela Mais ventura em mim...” A estrela tão dura dos alfarrábios astrológicos, é Saturno o qual, nesse dia, infringia à Fortuna que é Júpiter restrições responsáveis por toda a desgraça de sua vida.... “O dia em que nasci, morra e pereça Não queira jamais o tempo dar Não torne ao mundo e, se tornar, Eclipse nesse “passo” o sol padeça.... Ora, as tábuas astronômicas da época confirmam que o único eclipse do Sol, ocorrido em um sábado, (dia do mesmo Saturno que o afligira no dia do seu nascimento), entre 1515 e 1540 – período inarredável do evento -, teve seu curso no signo de Peixes no dia 23 de janeiro de 1525, por ocasião do primeiro aniversário do poeta, ou seja em 23 de janeiro de 1525...

Fica bem claro que Camões afirma que tendo o eclipse ocorrido no dia do primeiro aniversário de seu natalício, óbvio está afirmando que nasceu no dia 23 de janeiro, mas no ano anterior ao funesto eclipse, de 1525, sob influência de Saturno... Como astrólogo discordo da interpretação da época quando se afirmavam funestos os efeitos dessa conjunção... Mas isto não ofusca em nada as magníficas citações astrológicas de sua obra...

Em outros de seus versos repete a visão triste de seu trágico destino quando decanta com amargura os 2 maiores dramas de sua alma: a vida de heróicas e desastradas aventuras e o doloroso desfecho que foi o trágico desaparecimento de sua bem amada Dinamene. “Dois lobos... logo a voz e a melodia Te fugirão, e o som suave e puro! Bem foi assim porque um me degolou Quanto gado vacum pastava e tinha De que grandes soldadas esperava... E, por mais dano, o outro me matou A “Cordeira Gentil” que eu tanto amava Perpétua saudade de alma minha!” Os “dois lobos” são Saturno que lhe rouba a Fortuna, e Marte que lhe mata o amor... Os quais se encontravam anareticamente colocados no horóscopo do dia do seu nascimento...
Desejo com essa evocação à vida e obra de Luis Vaz de Camões, ajudar a despertar novas emoções nas almas dos cultores do Saber, para o magistral Poema da Humanidade, composto pelo grande poeta de quem somos culturalmente herdeiros...

"Fonte:http://www.assuramaya.com/Jornal/06_Historia_do_homem/jornal_luis_de_camoes.htm

Luis Vaz de Camões - O Astrólogo (II)


Foi o grande escritor e astrólogo português Mario Saa, quem iniciou uma pesquisa lúcida e científica, baseando-se nas memórias astrológicas de Camões. Na realidade, não são poucas as citações encontradas nos versos épicos e líricos, fazendo coincidir importantes fatos astrológicos, como a magna conjunção de Saturno e Júpiter no dia em que nasceu, o Eclipse do Sol no dia exato do seu primeiro aniversário, ocorrido no dia da estrela funesta (Saturno na linguagem da época), além de afirmar posições de planetas como Marte fustigando Vênus, Saturno fustigando Júpiter, a Lua Cheia se levantando no Oriente, na Casa 12, e ter nascido com o Sol no signo de Aquário...

A hora exata foi devidamente confirmada quando diz que nasceu na terceira hora funesta noturna (hora de Saturno), sob influência do funesto Saturno ou seja entre 20 e 21 horas da noite.. As indicações dos planetas, acima citados, em casas determinadas, fornece os elementos para confirmarmos a hora exata, ou seja 20h 40min, do dia 23 de janeiro de 1524 em Lisboa...

Os cálculos diamantinos de Mario Saa, baseados nessas informações, acrescidas da indicação de Camões de que a “Lua Cheia se encontrava suspensa sobre o horizonte oriental”, não deixam dúvidas da exatidão da hora pesquisada... Temos a partir daí, indubitavelmente, os dados indispensáveis para traçarmos com segurança o mapa do Luis Vaz de Camões... Para chegar a essas conclusões, consultei alguns de seus biógrafos, entre os quais Faria e Sousa e Teófilo Braga, entre outros, e fundamentalmente o grande escritor e astrólogo, também português, profundo exegeta da obra de Camões, Mario Saa que de maneira magistral penetrou profundamente o pensamento do poeta, arrancando-lhe as preciosas informações, colocando novas e providenciais luzes para o aclaramento da verdadeira data do nascimento do maior poeta da língua portuguesa, que tem sido com justiça, igualado à Homero para a língua grega e Virgílio para a língua latina...
Enquanto se perseguia a data somente atendo a factos históricos, os elementos disponíveis foram frágeis e insuficientes... Tomando ciência do facto, até então inédito, de que Luis de Camões era profundo conhecedor da Astrologia, a partir do momento em que alguns lúcidos biógrafos, também conhecedores da ciência astrológica se empenharam nessa direção, foi possível estabelecer-se com segurança, não somente o dia, o mês e o ano, mas, também, até a hora de seu nascimento, como poderemos explicar à luz dos conhecimentos e evidências astrológicas, adiante...

Sabemos que para traçar um horóscopo necessitamos da hora, dia, mês e lugar de nascimento... Mas se já temos as posições em que se encontravam os planetas do Mapa Estelar Natal, facilmente poderemos efetuar a construção do horóscopo.... Vejamos o verso profético, proposto por Mario Saa para confirmar o ano do nascimento de Camões.

(continua...)

Luis Vaz de Camões - O Astrólogo (I)


Prólogo
Não resisti em fazer-lhes chegar esta magnífica pesquisa que retrata a importância que Camões atribuiu à Astrologia, bem patente aliás, na sua épica obra, assim como na lírica. Este estudo, traduz ainda, a mestria com que os seus autores, tentam descobrir a data de nascimento do poeta, munindo-se dos seus vastos conhecimentos astrológicos, para "descodificar" na sua poesia, os dados que comprovam, que o seu nascimento se deu a 23 de Janeiro de 1524 às 20h 40m, em Lisboa.

Temos aqui material suficiente para elaboral o mapa astral do "poeta maior" e aceder ao vivido deste génio da literatura; homem de paixões arrebatadoras e de uma natureza desafiadora face aos limites impostos pela corte, que lhe valeram o exílio.



"A CIÊNCIA ASTROLÓGICA NOS LUSÍADAS NO ANO DAS COMEMORAÇÕES DO 480º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO DO GRANDE POETA LUSITANO PRETENDEMOS, COMO JUSTA HOMENAGEM, IR AO ENCONTRO DO SEU DESEJO, COLHENDO EM SUA FECUNDA OBRA AS PRECIOSAS INFORMAÇÕES COLOCADAS TÃO SABIAMENTE NOS SEUS VERSOS GENIAIS..

A data do nascimento do maior poeta da língua portuguesa, Luis Vaz de Camões, foi determinada por ele, através de informações astrológicas, as quais inseriu sabiamente entre os magníficos decassílabos de seus Luzíadas, na épica como na lírica e encontra-se definitivamente estabelecida... Assim como as sentidas reminiscências de sua doce amada Dinamene, a Cordeira Gentil, “Alma minha gentil que te partiste”... emocionantemente retratada nos geniais versos camonianos... Dois lobos cruéis roubam-lhe a felicidade: Saturno – o lobo do seu destino -, rouba-lhe a Fortuna, prêmio de Júpiter; e Marte – o lobo do amor rouba-lhe a doce Dinamene, (cujo nome chinês, segundo Antenor Nascentes, aportuguesado em Macau onde a conhecera Camões, é “Ti-Nan-Men”), a linda chinesinha morta em um naufrágio no Rio Mechong, na Indochina...


Diz a tradição que Camões perdeu nesse naufrágio a Gentil Cordeira “Tin-Nan-Men”, mas teria salvo, nadando, os manuscritos dos Lusíadas... Por ocasião do aniversário comemorando 480 anos do nascimento do poeta luso, procurei reunir evidências astrológicas sabiamente inseridas na épica e na lírica do grande vate português. Até 1650 foi tida como verdadeira, segundo um dos seus biógrafos – Faria e Sousa -, a data de 1517. Em seguida modificaram-na para 1524 ou 1525... No Arquivo da Biblioteca Nacional de Lisboa, segundo Mario Saa, encontra-se o registo de um depoimento do século XVI afirmando que Luis Vaz de Camões alistou-se para servir na Índia em 1550, dando como idade 25 anos, o que faz prever que teria nascido em 1525... Era este, aparentemente, o único registro comprobatório da data do nascimento do poeta. Muitas pesquisas se fizeram mas todas permaneceram na estaca zero... Continuava dúbia a informação sobre a verdadeira data de seu nascimento...

(continua...)

Determinismo e Livre Arbítrio no Mapa Natal


"O dia em que nasci, morra e pereça
O dia em que nasci, morra e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar,
Não torne mais ao mundo e, se tornar
Eclipse nesse passo o sol padeça…"

Camões


Tenho observado, desde há alguns anos a esta parte, que a conjugação de determinados aspectos astrológicos entre planetas no mapa natal, denunciam de forma clara um projecto cósmico face ao qual as pessoas têm um papel demasiado redutor, quase que me atreveria a dizer, que elas são apenas veículos da expressão desse desígnio “imposto” pelos céus.

É certo que alguns de vós discordarão reiterando que o destino somos nós que o traçamos, que somos os autores das nossas acções e decisões e, como tal, obreiros do nosso próprio fado. É legítimo que assim pensemos; o ser humano necessita, porque se trata de um aspecto securizante, acreditar que conduz os seus próprios passos ao invés de ser conduzido. No entanto, quando somos confrontados com situações recorrentes e imponderáveis, questionamos seriamente sobre o papel que cada um de nós tem na construção do seu próprio projecto existencial. É de Saramago esta frase - “o que tiver que ser meu às minhas mãos virá parar”. O que quererá o célebre escritor transmitir-nos? Também Manuel de Oliveira, grande cineasta português à espera do seu centésimo aniversário, disse há bem pouco tempo numa entrevista que concedeu a um canal televisivo que era totalmente responsável pelos bons e maus filmes que concebeu, mas, referindo-se à sua vetusta idade, ela não seria mais que um capricho da natureza.

Camões, poeta e astrólogo, tal como Fernando Pessoa, refere com rara subtileza em alguns dos seus poemas a relevância do céu de nascimento, atribuindo o seu infortúnio, à conjunção natal, Saturno-Júpiter e ao eclipse solar que ocorreu um ano após o seu nascimento. Talvez o poeta tenha dramatizado em demasia o papel de Saturno, que à época era ainda considerado o grande maléfico. É certo que Saturno ensombra e limita o carácter expansionista de Júpiter, mas não lhe retirou a genialidade e o temperamento guerreiro e independente que sempre o caracterizou; quiçá, o que considerou ser o seu algoz (Saturno), lhe tenha proporcionado o isolamento necessário à produção de tão notável obra. Camões teria seguramente merecido mais e ele sabia-o, porque era um homem com uma visão para além da sua própria época…mas Infelizmente em Portugal, poucos são, os que em vida, desfrutam da sua própria glória.

Deixo apenas estas considerações, como exercício de reflexão filosófica, retomando agora o tema que me trouxe aqui. Será que determinados mapas natais sugerem maior determinismo do que outros? É possível reconhecer os aspectos planetários responsáveis por esse determinismo? A minha resposta é afirmativa. Nas centenas de mapas que tenho analisado observei, que alguns deles, apresentam uma panóplia de aspectos desestruturantes, sobretudo os que aplicam Saturno e os planetas transpessoais, Urano, Neptuno e Plutão aos planetas pessoais – Sol, Lua, Vénus e Marte e que configuram aquilo a que poderemos chamar “factores de risco”.

Em contraponto gostaria de introduzir também aqui, o conceito de “factores protectores”, isto é, todos os aspectos que concorrem para minimizar a influência dos primeiros, como sejam por exemplo, os trigonos e os sextis de Júpiter ao ascendente, ao Sol, Lua e Vénus, para não citar outros aspectos, também eles prometendo a subtil fluência das energias cósmicas e uma acentuada crença no indivíduo como construtor do seu próprio horizonte. O que acontece então quando não se vislumbram factores protectores num mapa natal? Neste caso estamos perante alguém que, ou não controla conscientemente os seus comportamentos, ou se sente impotente face à ocorrência de situações que não domina e lhe limitam sobremaneira a sua capacidade de decisão.
Os aspectos astrológicos a que me atenho sugerem assim, um modelo padrão capaz de provocar um sentimento de alguma impotência, de revolta até, face a múltiplas experiências de sofrimento que podem parecer gratuitas, pela dificuldade em percebermos o seu sentido e significado. Mas nem sempre a revolta e a impotência estão presentes, é muito comum observar também, que as dificuldades não raro nos transformam o carácter, imprimindo-lhe firmeza, perseverança e fé, e, em alguns casos, asseguram a genialidade e a glória. Não esqueçamos, que figuras marcantes da história universal apresentavam mapas natais em que o predomínio das quadraturas e oposições eram um pronuncio de “má fortuna”, no entanto, esses desafios, em jeito de severas provações, revelaram-se janelas de oportunidade; foram um tempo para o auto conhecimento e para a criação de novos paradigmas de pensamento que marcaram de forma indelével o percurso de milhares e milhões de cidadãos anónimos.

Há sempre um sentido e um significado oculto para o existir, não tenhamos pois medo dos termos, fado, destino, fatalidade, provação; eles podem vir a ser o golpe de asa, a descoberta do nosso verdadeiro Eu, a certificação de uma fé inabalável, a centelha capaz de iluminar a humanidade. Não renunciemos pois ao que o cosmos nos oferece, mesmo que a tristeza, a solidão e a perda persistam em acompanhar-nos, jamais devemos deixar de lutar.

Fernando Barnabé

O Significado dos Aspectos em Astrologia


Como já ficou exposto em artigos anteriores, a Astrologia é em si mesma uma linguagem constituída por uma multiplicidade de símbolos e significados.

Se os signos representam o contexto da acção e as casas astrológicas o palco dessa actividade os planetas seriam, por assim dizer, os actores, os obreiros de um plano a que poderíamos chamar, o nosso argumento. No seu conjunto eles dão um cunho multifacetado ao desenrolar dos acontecimentos, permitindo a cada um de nós vivenciar um sem número de experiências necessárias à nossa evolução como pessoas.

Os planetas assumem assim, um papel fundamental na análise de um mapa astral e a sua interacção, ou com qualquer outro ponto do mapa no momento do nascimento, nunca pode assim estar desligada das casas e dos signos em que se encontram, já que desse modo perderíamos a perspectiva e a noção do todo.
Os aspectos entre os planetas, revelam dinamismo e um simbolismo de rara perfeição, permitindo ao astrólogo descodificar a natureza das energias em jogo num determinado mapa natal e, assim mesmo, promover junto das pessoas que o procuram, a compreensão, sentido e significado das mesmas, de forma a que os próprios possam geri-las com eficácia.
Fernando Barnabé

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Os Aspectos em Astrologia (III)


Existem outros aspectos considerados menores ou secundários mas que podem eventualmente ser importantes para a interpretação de um mapa natal, são eles:

- 30º semi-sextil
- 45º semi-quadratura
- 135º sesquiquadratura
- 150º quincunce ou inconjunção

Destes aspectos destacamos o quincunce ou inconjução:

O QUINCUNCE - (150º - 145º a 155º)

Considerando o signo do Carneiro como referência ao início do Zodíaco natural, o quincunce iniciar-se-ia em Virgem ou na direcção contrária, em Escorpião. Por consequência, diz-se que tem conotação, com esses dois signos, as casas VI (saúde e trabalho) e 8 (negócios, parcerias) e os planetas Mercúrio e Plutão ou Marte.

Parece haver um certo desconforto e ansiedade no aspecto, face à dicotomia pulsão/razão, criando situações difíceis e experiências que exigem um apelo constante à consciência a fim de combater as energias disruptivas que este aspecto produz.

Pode-se tentar resolver os problemas dos quincunces examinando os hábitos emocionais e mentais e os desejos que subjugam o pensamento imparcial e objectivo. A nossa esfera mental guarda memórias que são transmitidas à esfera emocional e física, influindo no sistema nervoso. A esfera mental apresenta afinidades com o planeta Mercúrio enquanto que a física com Marte; geralmente este aspecto cria situações em que é difícil a cooperação ou o ajustamento, precisando o sujeito de algum tempo para chegar ao objectivo desejado, sendo improdutivo forçar as situações. Aperfeiçoamento e transformação de comportamentos, atributos de Virgem e Escorpião são então necessários para a evolução pessoal.
AS DIVISÕES DA QUADRATURA
A semiquadratura (45º) e a sesquiquadratura (135º) são aspectos que causam irritabilidade, embora actuem de forma magnética, estimulando à acção. Por vezes a acção da semiquadratura dá-se apenas no plano mental, enquanto que na sesquiquadratura o impulso é maior. A interpretação dos aspectos menores tem sido omitida, sómente a Astrologia moderna tem-se dedicado aos processos de evolução, por isso só recentemente se tem vindo a estudar esses aspectos.
A quadratura representa a vitória sobre a inércia, a pessoa é compelida a materializar uma atitude, é a concreta realidade. É a potencialidade da acção, como poder ser a paralização. A semiquadratura é um aspecto de exteriorização, de acção tendo em vista a realização de algo, é integração ou ruptura.
Muitas semiquadraturas num mapa natal capacitam a pessoa a disseminar, propagar, sair de si para alcançar um maior preenchimento pessoal, embora sofrendo crises e tensões, ou então assumindo uma atitude oposta e o sujeito tende a omitir-se. Pode ter também uma conotação de casa VI, influindo nas atitudes face ao trabalho, ou na saúde, enfraquecendo-a, trazendo medos inconscientes, conflitos, forçando o sujeito a sair da rotina.

Os Aspectos em Astrologia (II)


Vamos pois analisar a modalidade de combinação de cada aspecto:

A CONJUNÇÃO - (ênfase, início, concentração, nova actividade)

O protótipo do aspecto é a conjunção (0º a 8º de orbe): os dois planetas encontram-se no mesmo ponto do Zodíaco; há pois uma junção e, por conseguinte, tentativa de fusão das tendências representadas, cada uma das quais mesclando a sua natureza e sendo o todo uma síntese da sua combinação. Esta fusão é particularmente benéfica quando os planetas possuem afinidades (Vénus-Júpiter, Lua-Vénus, Lua-Júpiter, Sol-Júpiter…); é perturbadora quando a natureza dos planetas não são afins (Sol e Saturno, Lua e Marte, Vénus e Saturno…).

As conjunções de dois planetas lentos, como Urano e Plutão, são características de geração, só influindo no carácter da pessoa se receberem aspectos de planetas pessoais (Sol, Lua, Mercúrio, Vénus e Marte). Geralmente, o mesmo acontece com qualquer conjunção de planetas a partir de Saturno.

A OPOSIÇÃO - (percepção, diligência, equilíbrio, cooperação, conflito)
A oposição, aspecto de 180º (173º a 187º), divide o círculo em duas metades; aqui os astros estão frente a frente, em estado ou posição de antagonismo, de conflito; é o choque de duas forças energéticas que se confrontam como se uma fosse a negação ou a antítese da outra. Este é o aspecto mais amplo possível. Tem como potencial desenvolver a perspectiva e a percepção. A oposição apresenta desafios que envolvem o reconhecimento de uma carência interior e a utilização da polaridade dos dois signos para colmatar essa carência.


A QUADRATURA - (desafio, acção dinâmica, tensão, realização, mutação)

A quadratura, aspecto de 90º (83º a 97º), introduz precisamente um quadrado no círculo; neste aspecto, os astros estão em dois planos diferentes, inconciliáveis. O potencial de qualquer mapa astral está nas quadraturas que apresenta. Podem constituir obstáculos, mas se forem compreendidas e trabalhadas as energias em jogo podem constituir os degraus de uma escalada. Acção e decisão constituem a essência de qualquer quadratura. É importante observar se a quadratura se encontra em signos cardeais, fixos ou mutáveis. Nas quadraturas cardeais, a acção é rápida; nas quadraturas fixas, a acção é lenta e deliberada e nas quadraturas mutáveis a acção é variável, dependendo em grande medida da influência dos outros.

A quadratura no mapa indica a necessidade de uma revisão drástica da consciência, de restabelecer a sua harmonia, através da compreensão de uma situação difícil ou indesejável, de uma reorientação de energias para se tomar um novo caminho na vida.


O TRÍGONO - (abundância e conforto, idealismo, inspiração, harmonia, indolência)

O trígono, aspecto de 120º, (113º a 127º) divide o círculo em três partes iguais. Neste aspecto, os planetas tendem a combinar harmonicamente as suas correntes energéticas, a complementar-se e reforçar-se mutuamente. Os trígonos nem sempre são positivos; podem favorecer a tendência para escolher a linha de menor resistência, ou podem causar indolência. Os trígonos seguem o fluxo natural das coisas; indicam criatividade natural, talento, capacidade de expressão. O trígono pode ser comparado à diversão de esquiar montanha abaixo, enquanto a quadratura pode ser comparada ao esforço de escalá-la. Indica a capacidade de uma visão total das situações e se utilizado com sabedoria e deliberação pode suavizar os obstáculos encontrados.


O SEXTIL - (oportunidade, atracção, auto-expressão, afabilidade)

O sextil, envolve dois planetas a uma distância de 60º (55º-65º) entre si. Divide o círculo em seis partes. Pessoas com muitos sextis no mapa astral são sociáveis e perspicazes, com competência para utilizar as informações que receberam ou que aprenderam. Existe flexibilidade de opinião, adaptação, mas também indiscriminação de pessoas, de coisas ou de ideias. O enfoque é conhecer e aprender. Este aspecto induz as pessoas a saírem da sua rotina e a estabelecerem trocas entre si, principalmente no plano mental. É a imposição da mente sobre a matéria.

O sextil apresenta a natureza dos signos de Gémeos e Aquário e a dos seus planetas regentes, Mercúrio e Urano. Daí a acuidade mental, curiosidade e espírito inventivo. Revela assuntos interessantes e a capacidade do sujeito em compreender a sua complexidade ou de se adaptar às novidades e alterações.Alguns autores atribuem-lhe uma conotação doméstica e de procura de estabilidade. Pode, portanto, haver influência dos pais ou da família, conforme a situação dos planetas em jogo. Também pode indiciar superficialidade.
(continua...)

Os Aspectos em Astrologia (I)


Um aspecto é essencialmente uma relação baseada num intervalo angular particular que se estabelece entre dois astros e em virtude do qual estes exercem uma acção comum. Partindo do princípio, que cada astro é a expressão de uma tendência, de uma função, o aspecto cria uma relação entre as duas tendências ou funções representadas pelos dois astros.

A análise dos aspectos leva-nos a considerar distintamente, além da sua orientação, a sua natureza e a sua matéria. A sua natureza, é o próprio intervalo angular que a constitui e a qualidade particular do sextil e do trígono não é a mesma da quadratura. A sua matéria, mais não é, do que a combinação que decorre da natureza dos planetas em aspecto e dos signos e casas onde se encontram.


NATUREZA DOS ASPECTOS

O universo é um movimento ou uma série de movimentos ordenados; os electrões giram em torno dos núcleos atómicos como os planetas à volta do Sol, a Lua à volta da Terra e esta sobre si própria. Estas rotações determinam ritmos regulares, pois as trajectórias são círculos ou elipses que conduzem as mesmas partículas ou os mesmos astros aos mesmos pontos em intervalos de tempo iguais.

Nesta larga perspectiva, o aspecto apresenta-se como um momento privilegiado de uma totalidade cíclica. A unidade de base desta totalidade é o ciclo planetário: dois astros encontram-se no Zodíaco; o mais rápido afasta-se do mais lento, e, à medida que escapa da conjunção e até ao momento em que alcançará de novo o astro lento, passa com ele por uma série de fases sucessivas. É esta sucessão de fases que constitui a gama dos aspectos.

(continua...)

O Significado das Casas em Astrologia (II)


A configuração que se prende a cada casa define um modo particular de relação do ser com o domínio que a essa casa concerne; fixa, em suma, a atitude que o sujeito adopta nesse domínio, e por conseguinte deixa entrever as consequências que daí podem advir. Assim, a Casa II não diz se o sujeito fará fortuna ou não, e ainda menos a quanto se elevarão os seus bens; situa antes, o comportamento do sujeito perante questões económicas e, por conseguinte, mas muito relativamente, às suas possibilidades pecuniárias.Apresentamos agora de forma sintética as atribuições das doze Casas:

CASA I: O mundo do Eu. O carácter do sujeito. O modo como se comporta perante os outros e em relação a si mesmo.

CASA II: O mundo do ter; o dinheiro, a fortuna pessoal do sujeito e, em particular, o que é adquirido pelos seus próprios meios.

CASA III: O mundo dos contactos imediatos, relações com os próximos; irmãos e irmãs, primos, vizinhos, colegas; relações estabelecidas por correspondência, pelo telefone; as vias de comunicação e as pequenas deslocações; relações do espírito: os estudos.

CASA IV: O mundo familiar, os pais, a casa natal, e depois o domicílio pessoal; o lar. A estrutura interna da personalidade do sujeito, a pátria.

CASA V: O mundo criativo; recreações: festas, prazeres, amores, jogos, especulações; procriações: filhos, obras.

CASA VI: O mundo doméstico; os cuidados com a saúde, a obrigação do trabalho, a prestação de serviços; as relações com os subalternos e os animais.

CASA VII: O mundo do complementar ou do oposto; as uniões, o casamento; as colaborações e associações; os inimigos declarados, processos e lutas.

CASA VIII: O mundo das crises; a morte, as destruições, as metamorfoses, os renascimentos, a sexualidade; mas também o dinheiro do cônjuge e da morte (heranças, legados).

CASA IX: O mundo do longínquo; a nível externo, as grandes viagens, o estrangeiro e os estrangeiros; a nível interno, as aquisições superiores do espírito e da alma: filosofia, religião, estudos superiores em geral.

CASA X: O mundo social; a profissão, a situação, a carreira, a reputação, as honras.

CASA XI: O mundo das afinidades; as amizades, as protecções, a ajuda, os socorros.

CASA XII: O mundo das provações e do inconsciente; doenças, cativeiros, exílios, retiros, hospitais, lugares de reclusão, inimizades ocultas e fracassos.

Na prática, tomam-se em consideração os eixos das Casas opostas que têm significações paralelas. Assim, tal como o eixo Gémeos-Sagitário corresponde às tendências móveis e viajantes, o eixo III-IX representa as pequenas e grandes viagens. Note-se também que o eixo II-VIII é relativo ao dinheiro, ganho pelos próprios meios ou através dos outros; o eixo V-XI é o das trocas afectivas, sentimentais e amigáveis; o eixo VI-XII é o dos problemas de saúde, pequenas e grandes doenças. Apenas os eixos I-VII e IV-X parecem puramente complementares ou antagonistas.

O Significado das Casas em Astrologia (I)


O sistema das doze Casas do Zodíaco é, como este, o resultado de uma evolução do pensamento astrológico.

Assim, como houve tempos em que o Zodíaco não era constituído por doze signos (a Balança insere-se nele em data relativamente tardia), durante muito anos a única subdivisão do movimento diurno foi a dos quatro pontos angulares do Mapa Natal. Mais tarde percebeu-se, que em cada ângulo se apresentava uma culminação precedida duma zona de nascente e seguida de uma zona de poente, o que conduziu à versão de oito casas.
Deste sistema de oito casas passou-se ao sistema de doze de origem greco-egípcia. Esta formação resultou de um processo semelhante à do sistema caldaico do Zodíaco. Relativamente à sua génese, vemos aparecer a simbólica da natureza vivida enquanto experiência anual da alma humana, respostas psicogenéticas da psique às estimulações cósmicas, segundo o processo inconsciente de “projecção” identificado por Jung.

Paralelamente a esta psicologia natural, articulou-se a mitologia estrelar, as alegorias e lendas dos deuses e heróis solares (Osíris, Héracles, Gilgamesch) nas suas viagens e aventuras através das doze estações eclípticas. Especulações filosóficas vieram completar esta bagagem zodiacal.

Assim como a alma humana foi impregnada do ritmo sazonal do Zodíaco, não deixou de sofrer a influência das variações quotidianas da marcha do Sol; os poetas não se privaram de evocar o alegre esbanjamento da manhã, a plenitude exaltante do meio-dia, a quietude do fim do dia e a calma da noite.

Paralelos bastante frutíferos, permitiram até, estabelecer relações precisas entre o círculo do movimento diurno e os Elementos, as estações e as idades da vida, sendo a manhã assimilada à infância, o meio-dia à maturidade e o cair da noite à velhice. Seja como for, o sistema hermético das Casas repousa essencialmente na simbólica do desenrolar do dia, estando as doze Casas em correspondência com as doze horas duplas do dia babilónico, e, por conseguinte, em relação com o curso do Sol e as imagens da vida corrente, fruto dele. Além disso, as analogias precisas acima mencionadas permitem estabelecer uma equivalência simbólica entre o dia e o ano, ou seja, entre as doze horas babilónicas e os doze meses do calendário. Sendo o grau do Ascendente o começo do ciclo diurno, como o 0º do Carneiro para o ciclo anual, estabeleceram-se correspondências precisas entre a Casa I e o Carneiro, a Casa II e o Touro….a Casa XII e os Peixes.

Se podemos considerar que um factor astrológico é capaz de representar um elemento objectivo, diremos que o signo zodiacal é para a Casa que lhe corresponde o que uma disposição subjectiva é para uma realidade objectiva. Assim, o Touro é um signo oral que tem a ver com as tendências relacionadas com as aquisições e as posses… e a Casa II concerne as finanças, o dinheiro ganho, a fortuna.

Às casas atribuímos, pois, o plano das condições da existência concreta, simbolizando cada Casa um domínio particular da nossa existência.

(continua...)

Astrologia...Toda a Esperança é Legítima!


Não é demais salientar que a ciência astrológica oferece-nos a possibilidade, para além de outras, de perceber tendências quanto ao futuro dos homens. São vários os métodos empregues pelos astrólogos para entender o modo como o indivíduo se projecta no futuro. As técnicas de progressão dos mapas do céu, umas mais precisas do que outras, alicerçadas nos trânsitos, nas revoluções solares e lunares, para não citar outras, permitem-nos pois, dar a conhecer a todos os que nos procuram, não só o passo do seu processo evolutivo, mas também um propósito determinante – o sentido e significado da sua existência.

Considerar que estas “ferramentas”, estes instrumentos nos conferem uma qualquer espécie de “poder”, como se estivéssemos acima do comum dos mortais, deve ser encarado com alguma parcimónia. Na realidade são muitos aqueles que nos vêem como verdadeiros magos, capazes de num ápice resolvermos situações difíceis, de operarmos verdadeiros milagres. Penso que é necessário e importante desmistificar estas convicções, que alguns persistem em inculcar-lhes.

Este “poder” provém de uma inclinação, de uma fé, na crença da sabedoria do cosmos, mas também, e friso que este aspecto é muito importante; do estudo, da pesquisa e da constatação objectiva da nossa prática astrológica, alicerçada na famosa lei da correspondência de Hermes Trimegistus: "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima".
O perfil do astrólogo é pois essencial na consulta. O que fazemos com o nosso saber? Como o comunicamos? Como encaramos o outro? Como nos relacionamos com o nosso saber? Será que este "pseudo poder" se sobrepõe ao propósito de servir? Só através de uma postura credível e humanista podemos passar a mensagem dos céus. É necessário lutar pela Astrologia, para que possamos devolver-lhe a dignidade que foi perdendo ao longo dos tempos.

Essa luta começa por cada um de nós, pela vontade em querer aperfeiçoar o modo como encaramos a nossa prática, com dignidade e como uma disciplina fundamental para o desenvolvimento da humanidade. Lutemos pois, para que ela retorne com todo o seu fulgor às universidades de onde foi afastada pela força de uma corrente que nos catapultou para o mundo do efémero e do consumismo, responsáveis pela dor do ser e pelo cinzentismo da alma. Somos nós, os que pugnamos por este saber maior, que temos a responsabilidade de abraçar a utopia, acreditando sempre e sem desfalecimento, que a dança dos planetas, os seus ciclos e os seus ritmos devem ser interiorizados por todos.

A vida torna-se mais fácil quando entendemos a cadência dos nossos passos e o motivo da nossa dança.

Fernando Barnabé

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Signo de Peixes


Peixes - (20 de Fevereiro a 20 de Março)
Regente: Neptuno
Elemento: Água
Analogia: Casa XII
Estação do ano: Fim do Inverno no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Pés e Sistema Linfático
SIMBOLOGIA

Representa na natureza, um estado transitório entre o final do Inverno e a Primavera que prepara a sua chegada. Mundo do impreciso onde tudo permanece informe, sem fronteiras bem delimitadas. A “água-mutável” que representa é tanto as cheias invernais, dilúvio purificador em que os laços se desatam, as forças de coesão se diluem, como a massa móvel e anónima das águas marinhas em que tudo se precipita, a imensidão oceânica. Água dissolvente, mas também fecundante, de que os fundos inesgotáveis do meio marinho são o exemplo. Peixes, representa o mundo do ilimitado, do infinito, do virtual, do latente, do inapreensível, onde reinam os astros da fecundidade: Júpiter está no seu domicílio e Vénus em exaltação. Neptuno, arquétipo da dissolução e da integração universais, figura como regente do signo.

PSICOLOGIA

A característica mais profunda deste signo é a sua plasticidade psíquica: maleabilidade, impressionabilidade, vulnerabilidade, receptividade, procura de uma inflação emotiva, em comunhão e diluição com o grande Todo. Esta disposição encerra o desejo de escapar ao mundo da limitação pela evasão, com uma imaginação diluente que se derrama, se espraia até ao infinito com uma amplitude do campo da consciência que se alia à flutuação, à flexibilidade e às impressões difusas. A sua dificuldade é fazer com que este caos, rico em fantasia e nebulosidade se transforme num mundo organizado, sem o que se arrisca a permanecer indeciso, irresoluto, quimérico, incoerente, fugindo de si próprio.

Procurando a harmonização da sua unidade interior pela afirmação do Eu, fica em condições de viver em estado de graça, de clarividência, de santidade ou misticidade, e doar-se no desinteressado esquecimento de si ou mesmo no sacrifício redentor. Peixes, é talvez o signo que melhor conhece o fervor da vida profunda, sendo capaz dos maiores feitos da alma.

Planeta Regente: Neptuno

Ano neptuniano: 59.743 dias terrestres

Permanência média em cada signo: 13 anos, 6 meses e 23 horasVelocidade média: 0º 0’ 24’’ por dia
NEPTUNO (algumas considerações)
Elemento - Água
Princípio geral - De extensividade, de espraiamento no sentido horizontal; arquétipo da dissolução ou da integração universal: indiferenciação, confusão, permeabilidade ao meio, invasão, participação no grupo, adesão à unidade superior, identificação, contemplação, comunhão...

Psicologia - A tendência de base da personalidade neptuniana assenta na maleabilidade extrema, na importância da disponibilidade, da receptividade, do mundo onírico, semelhante ao do oceano para o peixe.

Psicopatologia - O estado crepuscular onde reina a confusão, a adesão sem medidas, a noite ininteligível do Eu e do não Eu.

Morfologia - Dilatada; alargamento do nível médio do rosto.

Patologias Associadas - Processos de fermentação, de invasão microbiana e parasitária, de contágio epidérmico; proliferação celular anárquica de tendência mole (quisto, fibroma).


NEPTUNO EM PEIXES

O astro, alcança aqui todo o seu poder. Regente de Peixes, estimula a manifestação da sensibilidade, da compreensão, da empatia. Activa os sentidos extra físicos e proporciona raros dons mediúnicos. O nativo é, em regra generoso, puro, desinteressado, profético e em norma inclina-o para os trabalhos missionários, para a vida religiosa ou para as actividades relacionadas com lugares de reclusão: hospitais, asilos, orfanatos, prisões e outros onde o sofrimento esteja presente. A sua fértil imaginação criadora pode incliná-lo para a escrita, sobretudo a poesia. Com aspectos dissonantes favorece o uso de substâncias tóxicas e o confinamento em locais de reclusão.

O Signo de Aquário


Aquário - (21 de Janeiro a 19 de Fevereiro)
Regente: Úrano
Elemento: Ar
Casa: XI
Estação do ano: Auge do Inverno no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Circulação periférica e sistema nervoso central.

SIMBOLISMO

Simboliza na natureza a primeira assimilação da semente novamente semeada que se integra no meio terrestre. Signo de Ar-Fixo, não representa nem o vínculo do espírito dos Gémeos, nem o vínculo do coração da Balança, mas o da alma, revelado pelo mundo das afinidades electivas cujo resultado é o da fraternidade universal. Face ao Signo oposto, o Leão, que personifica a realização do indivíduo cuja vontade está inteiramente ao serviço do Eu, o Aquário representa o acesso ao estádio superior da pessoa pela aceitação do outro. A tradição fez de Saturno o planeta regente deste signo, mas com a descoberta de Urano, a regência passou a ser a deste último.
PSICOLOGIA

O Aquário é de uma natureza íntima “angélica” que pertence mais ao céu do que à terra, tendendo a libertar-se espontaneamente do peso dos elementos materiais e a afastar-se do instinto sentido como uma opacidade contrária à sua natureza aérea, volátil, transparente, límpida, espiritual. Tem a capacidade de desprender-se de si próprio, de desligar-se das suas pulsões instintivas a ponto de as ver como algo de estranho, pois a paixão toca-o mas não o perturba. O ódio foi banido do seu coração e consegue distanciar-se face às contingências materiais e às situações dramáticas da vida, que parecem não o atingir. Disso tira ele uma certa serenidade, uma harmonia de carácter e uma aspiração idealista e espiritual de viver. A sua disposição afectiva fundamental é a do acolhimento, do conselho, do socorro; daí o seu sentido de amizade tão profundo e arreigado. É muitas vezes pequeno de constituição, mas enorme na sua superioridade intelectual, moral ou espiritual.

Planeta Regente: Urano

Ano Uraniano: 30.568 dias terrestres

Permanência média em cada signo: 7 anos , 11 meses e 22 diasVelocidade média: 0º 0’ 42’’ por dia

ÚRANO (algumas considerações)
Valores associados ao electromagnetismo, à electricidade.
Elemento - Ar
Princípio geral - De intensidade; arquétipo da individuação, que desnuda, despoja, rejeita, recusa, liberta, reduz ao essencial, monopoliza, focaliza, coagula, reduzindo tudo à mais explosiva unidade, ao absoluto.

Psicologia - A tendência dominante reside numa retracção e numa defesa contra o meio: trata-se, para se ser o que se é, de se demarcar, de se distinguir das origens e dos quadros formativos: ser diferente. Individualista e independente, o uraniano segue o caminho da inadaptação, da revolta, da excentricidade, ou mesmo da originalidade criadora. A esta tendência associa-se outra: um totalitarismo da acção e da paixão, aptidão para concentrar-se totalmente numa intenção exclusiva, com a possibilidade de levar a fundo a mobilização das suas forças íntimas. Este processo tende paralelamente a ser um esforço para uma maior tomada de consciência, uma tensão racional voltada para a conquista do absoluto, num paroxismo do Eu, numa sobrecarga de alta tensão. A terceira tendência, a par das precedentes, consiste numa orientação para o inconvencional, o excepcional, o heterodoxo, a novidade. A recusa da vida incrustada, das normas, rotinas, contingências, convenções e sendas batidas alia-se ao convívio com o desafio, o escândalo, a violência, que lhe duplicam as forças. Eis, portanto, um “extremista”, possuído pela lei do frenesim, amante das façanhas, das proezas. Quer ir até aos limites extremos do seu poder e alargar infinitamente os limites do impossível. Está votado a desempenhar o papel de “Prometeu” (êxito) ou do aprendiz de feiticeiro (inêxito).
Patologias Associadas - Os reflexos nervosos convulsivos, espasmos, fasciculações, deficiente circulação sanguínea.

Psicopatologia - Hipertrofia do Eu; a paranóia, essa psicose “racional” em que o pensamento, numa reacção unitária fixa-se em torno de uma ideia: de grandeza, génio desconhecido e de perseguição, entre outras.

Profissões - Que consistam em inventar, modernizar; electricidade, electrónica, computadores, Astrologia.

ÚRANO EM AQUÁRIO
No signo do seu domicílio, Úrano exerce uma poderosa influência e estimula todas as qualidades naturais de Aquário, podendo determinar génio inventivo, intuição cósmica, inspiração e inteligência superior. O aquariano com Úrano no ascendente, em norma, é excêntrico e rebelde, possui um carácter recto e uma inesgotável capacidade de trabalho para além de uma personalidade única. Com aspectos dissonantes, o planeta estimula as qualidades menos positivas do signo, conferindo irritabilidade, excentricidade levada ao extremo e um gosto inusitado pelo risco e pela aventura.

O Signo de Capricórnio


Capricórnio - (22 de Dezembro a 20 de Janeiro)
Regente: Saturno
Elemento: Terra
Analogia: Casa X
Estação do ano: Início do Inverno no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Joelhos, rótulas, cabelos, pele, unhas, dentes, ossos, articulações.
SIMBOLOGIA

Simboliza na natureza o despojamento, o silêncio, a concentração do Inverno na sua severa grandeza. Signo de Terra, marca o estádio da semente enterrada no solo, início de uma lenta maturação sem brilho, com objectivos de conquista a longo prazo. É, ao mesmo tempo, símbolo de uma meia-noite celeste, apresentando-se o solstício de Inverno como uma fase de concepção, de raíz, (daí a relação com a estrutura interna das coisas), e de um meio-dia terrestre, que tem a sua réplica na Casa X no ciclo do dia, e enquanto tal, do cimo, lugar predilecto da cabra, animal que representa o signo. Oposto ao Caranguejo, signo do materno, do berço, da encarnação e do íntimo como do supra-sensível, o Capricórnio tende para o impessoal, a desmaterialização, a libertação do terrestre.


PSICOLOGIA

A sua personalidade edifica-se num movimento de retiro em si que exclui toda a exteriorização. Este “frio”, é ao mesmo tempo introversão e inemotividade, real ou aparente, o que lhe assegura um império sobre si próprio. A paciência, perseverança, estabilidade, ponderação, meditação, pessimismo, solidão ou melancolia são características da sua natureza. Se associarmos ao frio saturnino a secura marciana, temos o nervoso duro com a solidez da rocha, beneficiando de um sólido equilíbrio pelo domínio dos sentimentos e a firmeza do carácter: aprumo, sangue-frio, disciplina, obstinação, densidade e fixidez. É um ser secundário, o pensamento precede a acção, e ele é uma constante da sua natureza, tão forte como a sua frieza natural.

Planeta Regente: Saturno Ano Saturnino: 10.795 dias e 17 horas terrestres

Permanência média em cada signo: 2 anos e 6 meses

Velocidade média: 0º 5’ por dia

SATURNO (algumas considerações)

Representa os valores da severidade, provação, associados à luz triste e débil do disco deste planeta fechado no seu anel.

Elemento - A Terra (predominando o frio sobre o quente)
Idade da vida - A 3ª idade, o regresso à terra.
Princípio geral - Princípio de conservação, abrandamento, fixação, condensação, concentração, cristalização, mineralização, abstracção, estruturação

Funções fisiológicas - O sistema ósseo; o ouvido.
Patologias Associadas - Processos de inibição, carência, astenia, impotência, esterilidade, retenção, esclerose, atrofia, paralisia, regressão ou envelhecimento.

Funções psicológicas - Saturno simboliza as tendências oriundas de uma insatisfação do estádio oral, quer esta seja alimentar ou afectiva. Estas tendências polarizam-se entre dois extremos: a avidez e o desapego. Daí a existência de dois tipos opostos: o ávido, desfrutador ou ambicioso, egoísta, possessivo, ciumento, açambarcador, habituado a levar as coisas até ao fim, pela sua necessidade em adquirir o que lhe falta, profundamente bulímico... e o desapegado, indiferente, insensível, apagado, despersonalizado, ascético, consentindo na perda do paraíso perdido, verdadeiro anoréxico. Com Saturno temos, pois, a complexidade de uma dialéctica, alternando o seu processo entre a hipersensibilidade e a insensibilidade, o extremo desejo de existir e o mal de viver, a preguiça e o esforço até à usura, o desbloqueio ou o bloqueio das inibições.

O papel biológico de Saturno é ingrato: tem a propriedade de romper o cordão umbilical do homem com a mãe, a sua animalidade e os seus vínculos terrestres. Encarrega-se de nos fazer aceitar as provações que representam as diferentes crises do crescimento, desde a saída do seio materno até ao despojamento último do velho – sucessão de desapegos, abandonos, renúncias, sacrifícios, golpes de foice. Esta aceitação afirma a autonomia do ser humano e confere-lhe as virtudes da sua idade. Quando há recusa em aceitar esta lei da vida, conduz ao infantilismo, à regressão, à inadaptação, com os seus fracassos e as suas provações. Saturno liberta-nos da prisão interior das nossas paixões, das correntes dos nossos instintos. É a alavanca da vida intelectual, moral e espiritual.

Psicopatologia - A atrofia do Eu, a melancolia, a depressão.

Morfologia - Corpo delgado, magro muitas vezes asténico. Formas secas, duras, nodosas, rectilíneas. Rosto retraído, com os vestíbulos sensoriais recolhidos, os olhos enterrados nas órbitas encimadas por uma testa proeminente, com as saliências do nariz e do queixo. Com uma testa pregueada, lábios delgados, um olhar profundo ou preocupado. O conjunto dá uma nota de rigidez, severidade, frieza, disciplina, de domínio ou de calma.

Profissões - As que consistam na concentração e no isolamento e que impliquem um papel de administrador, controlador, conservador, coleccionador (ciências, trabalhos de laboratório, de arquivos, de museu, de escritório, de mina, de carreira, da terra). O estilo, o conceptivismo, a abstracção; o idílio e o drama; o regresso ao antigo, as colecções.


SATURNO EM CAPRICÓRNIO

Este é o domicílio de Saturno, que aqui expressa toda a sua energia, prometendo honras, riqueza, poder e não raro, vida longa. Sob a sua influência o nativo é prudente, concentrado, íntegro, perseverante, modesto e laborioso, podendo possuir competências administrativas, financeiras, científicas, de direcção e de organização de qualidade superior. Aqui Saturno determina tacto, inteligência profunda e raciocínio lógico e frio. Com aspectos dissonantes o nativo tende para a melancolia, usura e frieza. A vida pode tornar-se penosa e solitária.

O Signo de Sagitário


Sagitário - (22 de Novembro a 21 de Dezembro)
Regente: Júpiter
Elemento: Fogo
Analogia: Casa IX
Estação do ano: Fim do Outono no Hemisfério Norte
Corpo Humano: quadris, coxas, vértebras e região sacro lombar


SIMBOLOGIA

A referência aos fenómenos da natureza é difícil com este signo pois, desde a provação do Escorpião, a vegetação já não existe. A energia saturnina opera uma projecção daquilo que o Escorpião acumulou para o destinar a um fito. Nisso se justifica a imagem do centauro desferindo uma seta na direcção ascendente. Trata-se de ligar o próximo ao distante para fazer triunfar este sobre aquele, graças à união do inferior e do superior, dobrando-se o cavaleiro do poder do cavalo, fazendo corpo com o corcel, as pernas encostadas aos flancos (relação do Sagitário com as coxas no «Homem-Zodíaco»). O fogo sagitariano pode renunciar a servir (como no leão) a magnificência do Ego para atingir a experiência transindividual. Ao invés dos Gémeos, o signo oposto, que são dualidade e diferenciação, no Sagitário está o reino da unificação, da reunião da fusão, da síntese. Encontra-se sob os auspícios planetários de Júpiter, princípio de coesão, de coordenação, de globalização.


PSICOLOGIA

Na base da sua natureza há um Eu em intensidade ou em expansão que procura os seus próprios limites e aspira a superá-los, como para atingir um «além do Eu», daí uma aspiração a uma certa dimensão ou elevação que ele procura num transporte, quer este seja ímpeto de participação no mundo, de integração, na vida colectiva, revolta estimulante contra um poder a dominar ou simples inflação do eu que se perde em embriaguez de grandeza.

Planeta Regente: Júpiter Ano jupiteriano: 4.325 dias terrestres

Permanência média em cada signo: 11 meses e 26 dias

Velocidade média: 0º 12’ por dia


JÚPITER (algumas considerações)

Representa os valores de amplitude e de autoridade, dados pelo espectáculo do mais volumoso planeta que rodeia o sol e gira sobre o seu eixo vertical com majestade, arrastando no seu curso o cortejo dos seus numerosos satélites.
Elemento - O Ar.

Idade da vida - A maturidade do homem desabrochado na idade do êxito e do repouso, após o tumulto marciano. A idade do fruto.
Princípio geral - Princípio de coesão, de coordenação, de organização, de ordem, tendendo a fundir numa unidade global o instintivo e o razoável, a paixão e a reflexão, o terrestre e o celeste.
Funções psicológicas - Júpiter simboliza as tendências do desabrochamento afectivo que nascem no estado «oral» a que se referem os psicanalistas, com a satisfação dos apetites digestivos da criança de mama, apresentando-se o jupiteriano como «um bebé que mamou bem». Esta disposição infantil transforma-se na idade adulta em quente participação na vida: gula, ambição, apetites e consumo, optimismo, confiança, generosidade, bondade, protecção, filantropia, paternidade, pacifismo, simpatia pela novidade... Trata-se de uma tendência oblativa que consiste em dar de si, em ir ao encontro dos outros, em deslocar o impulso vital do seu Ego para o universo ambiente, desenvolvendo ao mesmo tempo os seus instintos de propriedade. Leva a dilatar-se, a aproveitar, a obter o êxito material, social e afectivo em sintonia, em simbiose com o seu meio.

Patologias Associadas - Apesar da sua energia positiva, Júpiter pode promover hipertrofias, quer se apresente dissonante com o Sol ou com Vénus. Em regra, tanto o coração como os rins poderão ser afectados.
Psicopatologia - A hipertrofia do eu, o delírio de grandeza.
Morfologia - Corpulência; bela estatura com um perfil arredondado que engorda com a idade; formas cheias, carnudas, elásticas, entre a esfera e o cubo. Rosto cheio, com um nariz carnudo, um queixo gordo, uma barba bem fornecida que compensa uma calvície demasiado precoce e uma tez colorida. Impressão geral de animação, de dignidade, de benevolência, de jovialidade ou de autoridade.

Profissões - Que consistam em patrocinar, dirigir, organizar, representar, parlamentar, espalhar, desempenhar um papel...(função pública, director, representante, banqueiro, homem de negócios, actor, cozinheiro, pasteleiro...). A prosa, o realismo quente, o descritivo, o pitoresco, o humor, o romance, e o fresco.


JÚPITER EM SAGITÁRIO

Júpiter é o regente deste signo e a sua presença garante possibilidades de sucesso em todas as empresas. Faz do nativo um chefe natural, dando-lhe capacidade para dirigir e organizar; indica êxito nos trabalhos políticos, educativos, militares, científicos, forenses, filosóficos, administrativos, religiosos, diplomáticos, turísticos ou desportivos. Quem tem Júpiter aqui posicionado é justo, compassivo, generoso, liberal, mas, ao mesmo tempo, é exigente, altivo e orgulhoso: o seu destino traz a promessa de aquisição de status e tarefas de grande responsabilidade. Com aspectos dissonantes, a vaidade, a gula, o autoritarismo, o egoísmo e prejuízos por questões morais, políticas ou religiosas podem eventualmente ocorrer com sérios reveses para o nativo.

O Signo de Escorpião


Escorpião - (23 de Outubro a 21 de Novembro)
Regente: Plutão
Elemento: Água
Analogia: Casa VIII
Estação do ano: Auge do Outono no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Órgãos reprodutivos masculinos e femininos (próstata, testículos, ovários, trompas e útero) e órgãos de excreção (bexiga, cólon, recto e ânus)


SIMBOLOGIA

Simboliza na natureza o fim da vegetação, a queda e a decomposição das folhas, expressão da destruição dos valores objectivos e das formas exteriores, em favor de um processo de fermentação, de putrefacção, de desagregação. Este signo de água, fixo, é o da água imóvel e fétida dos pântanos, ou da lava vulcânica. No oposto ao Touro, que corresponde aos valores captativos e aquisitivos da boca, é o do ânus, que corresponde psicanaliticamente aos valores de excremento: dejecção, expulsão, liquidação, restituição; transforma, destrói, corrompe, recompõe. Mas se corresponde ao ânus com a sua carga de pulsões agressivas, corresponde também ao sexo com o seu poder criador fecundante. Este signo está sob a influência conjunta de Marte e de Plutão, o símbolo das profundezas e das trevas da nossa noite original, sobretudo das nossas regiões infernais.


PSICOLOGIA

Esta natureza de temperamento bilioso é trabalhada por um fogo interior, animada ao nível das entranhas pela exasperação de pulsões violentas. Exprime uma angústia de viver, uma sede de ser, mais do que bem-estar, que procura as suas afinidades nas tempestades e convulsões da vida. Dois grandes instintos se confrontam numa ambivalência intensificadora: a agressividade e o erotismo; dança endiabrada do sublime e do abjecto, do céu e do inferno, do realismo brutal e do idealismo místico, do apego e do desapego, do amor e da morte.

O instinto sexual prolonga-se sob o aspecto criativo: Dom de produzir, de fecundar, de realizar num fluxo irresistível; o poder do ser é o que vem do sexo, e é por este poder sexual, natural, deslocado ou sublimado, pela integração do erotismo, bruto ou espiritualizado, que encontra a sua razão de ser. Em dissonância, o ser é inquieto, atormentado; a sua alquimia interior destila os venenos dos estados mórbidos: sentimentos do absurdo, do nada, ideias de morte, angústia, sado-masoquismo, culpabilidade, autopunição, fobia, neurose obsessiva.

Planeta Regente: PlutãoAno plutoniano: 91.250 dias terrestres

Permanência média em cada signo: 29 anosVelocidade média: 0º 0’ 11’’ por dia


PLUTÃO (algumas considerações)

Em termos psicológicos, Plutão simboliza o psiquismo mais profundo, a matéria inconsciente mais arcaica do nosso mundo interno. Quando Jung declara que o homem civilizado ainda arrasta consigo “a cauda de um crocodilo”, fixa a imagem infernal dessa região ancestral do indivíduo e ao mesmo tempo mostra-nos o teclado das energias plutónicas que nos habitam. Segundo a óptica freudiana, esse astro simboliza as tendências afectivas do estádio “sado-anal”, o que situa claramente as relações que ele mantém com Escorpião, de quem tem o carácter. Nele se encontra o melhor e o pior. Por um lado, a consciência do invisível, o acesso aos tesouros enterrados e às riquezas escondidas, a descoberta dos arcanos mais secretos na realização espiritual ou metafísica, as metamorfoses e renascimentos depois do pior. Por outro lado, aquilo a que se chama correntemente “as forças do mal”: o abismo, a angústia, a revolta, o sadismo, o absurdo, a morte, isto é, todas as expressões da agressividade destrutiva.


PLUTÃO EM ESCORPIÃO (1983/84-1995)

Na permanência de Plutão em Escorpião ocorre uma série de circunstâncias significativas. Durante esse período, Plutão mantém-se dentro da órbita teórica de Neptuno, atinge a sua proximidade máxima em relação ao Sol e a sua maior velocidade a 17º de Escorpião.

Escorpião é o signo do segredo, e poder e segredo sempre caminharam juntos. É o poder de gerar, regenerar e degenerar, a porta entre a vida e a morte, o limbo, tanto numa direcção como noutra. Escorpião rege todo o oculto, as águas profundas e qualquer lugar em que nunca penetre a luz do Sol; entre estes, encontram-se as cavernas-templos das iniciações e as moradas dos grandes seres.

Escorpião é um signo de Água, profundo e inescrutável e a água representa as emoções e os sentimentos. Plutão em Escorpião evidenciará o imenso poder da emoção. Escorpião é um signo magnético, atrai e sente-se atraído, especialmente no que diz respeito ao sexo oposto. Essa atracção corresponde ao impulso animal decorrente da acção de Marte e, na maioria das vezes, apresenta-se como actividade sexual. Embora tal possa acontecer em certos casos, representa um erro de interpretação, já que, na realidade, Escorpião procura conhecer a reacção dos outros face à emoção, à amizade e ao amor. Por essa razão, busca o seu complemento, o espelho em que possa ver-se reflectido, no qual possa conhecer-se.
A sua ânsia consiste em acalmar a turbulência emocional interna, viver em paz consigo mesmo e com os outros, e, para isso, sabe ou intui que lhe faz falta uma total integração com a categoria de valores representada pela outra pessoa. Trata-se de um processo que só pode desenvolver-se na intimidade da esfera pessoal e privada.

Plutão em Escorpião desvelará o segredo, romperá o véu do separatismo, quando nos apercebermos, de modo individual de que, o que nos separa dos outros é um eu social – uma imagem construída através de conceitos básicos aceites sem um questionamento prévio – e de que, a um nível mais profundo, somos todos iguais, células de um mesmo planeta, trabalhando para um mesmo fim; em suma, estaremos prontos para assentar as bases da utopia aquariana.

Plutão oferece a oportunidade de conseguir a comunhão, a grande comunidade, com todos os outros seres humanos e o preço a pagar é a morte do nosso pequeno Ego. Plutão tende a trazer à luz o inconsciente colectivo em cada um de nós e revelar a unidade de toda a vida. A nossa reacção determinará a construção do futuro.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Signo de Balança


Balança - (23 de Setembro a 22 de Outubro)
Regente: Vénus
Elemento: Ar
Analogia: Casa VII
Estação do ano: Início do Outono no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Rins, aparelho urinário e glândulas supra-renais
SIMBOLOGIA

Corresponde na natureza ao equilíbrio dos dias e das noites, marcado pela ascensão do mundo nocturno igualada pelo declínio do mundo diurno que é o da luz e do calor (queda do Sol). Os últimos frutos soltam-se das árvores; é a prefiguração de uma era de repouso, de desanuviamento, de paz, onde as formas exteriores se apagam progressivamente perante a vida interior. Este crepúsculo outonal da natureza está em dialéctica com uma aurora da alma simbolizada pela exaltação de Saturno, valorizando as tendências para o desapego, o despojamento, a renúncia, a vitória do espiritual sobre o material. O símbolo (os dois pratos da balança em equilíbrio) significa tanto uma relação de equilíbrio entre dois alternantes, uma oposição dos contrários como uma associação dos complementares. Em oposição a Carneiro, movido pelo impulso actuante, Balança é o signo da média, da medida, do meio termo, dos cambiantes. É um signo de Ar de natureza subtil e etérea, sob a tutela de Vénus, a pacificadora, a Vénus-Afrodite das rosas de Outono, ordenadora celeste do amor, do belo, do justo, inspiradora das artes.

PSICOLOGIA

A natureza do nativo constrói-se no equilíbrio de dois temperamentos opostos: um nervoso (Saturno) delicado, fino, evadindo-se da matéria ou depurando-a e um sanguíneo (Vénus) todo atmosférico, destinado a realizar-se pela fluidez do seu sistema de trocas com o meio ambiente. É a conjunção do dom venusiano da juventude e o esgotamento saturnino da vida: nervoso expansivo ou sanguíneo tendo perdido a sua riqueza plástica. O ser inclina-se, pois, alternadamente para a espontaneidade e a meditação, o abandono e o receio, o apelo e o recuo perante a vida... Natureza do “justo meio”, propensa aos compromissos, concessões e meios termos. Ponderação, tolerância, pacifismo, sentimento de equidade. Carácter social, adaptável, por vezes oportunista, amável, delicado, gracioso, harmonioso, mas vontade fraca, desarmada pela indecisão e a hesitação entre duas solicitações opostas como pelo desejo de agradar. Disposição mais efeminada que viril em detrimento da vontade de poder e em benefício do requinte estético ou espiritual.

O simbolismo de Vénus foi anteriormente descrito quando abordámos o Signo de Touro. Vamos então descrever o posicionamento do planeta no Signo de Balança, já que Vénus rege simultaneamente os dois signos.

VÉNUS EM BALANÇA

Este signo é um dos domicílios de Vénus e os seus nativos são, em regra, muito favorecidos quando ela ocupa o Ascendente. As suas principais características são: equilíbrio, amabilidade e sociabilidade. A sua presença confere harmonia, seja ela conjugal, comercial ou fraterna; promete filhos inteligentes, amigos sinceros e casamento feliz; pressagia grande afinidade, tanto física como espiritual, entre o nativo e o seu cônjuge; assinala, ainda, talento artístico, fortuna e prestígio através da arte ou de qualquer actividade relacionada com a natureza de Vénus. Com aspectos dissonantes, a vaidade, infidelidade, gula, temor, irreflexão nos assuntos financeiros e o medo da velhice e da pobreza são as características dominantes.

O Signo de Virgem


Virgem - (23 de Agosto a 22 de Setembro)
Regente: Mercúrio
Elemento: Terra
Analogia: Casa VI
Estação do ano: Fim do Verão no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Intestinos, duodeno, cavidade abdominal, baço e vesícula


SIMBOLOGIA

Simboliza na natureza o termo de um longo processo: a semente dá aqui a espiga madura, pronta a ser ceifada; é a ceifa, o armazenamento. Sob este signo de Terra-Mutável, tudo se diferencia, se selecciona, se particulariza e se submete a limites precisos. O impulso vital está no declínio, as forças diminuem, as formas reduzem-se; mas o empobrecimento da vida bruta é compensado por uma ordem do espírito: é o aparecimento da razão, procurando o homem a sua medida na lógica. A energia canaliza-se para a esfera imaterial da inteligência, para a acuidade do espírito. Este signo corresponde organicamente ao intestino na sua função de rede de triagem, de assimilação e de eliminação dos dejectos.

O Signo de Mercúrio, está em afinidade com o astro na repressão da vida sensível, na intelectualização e na socialização a favor dos usos e costumes e das convenções submetidas às regras do bom senso; comércio do espírito pelas ideias vestidas de palavras e comércio da matéria pelo sistema das trocas regulamentadas. O signo e o planeta estabelecem distinções, separações, demarcações, classificações, como a secura separa as partes do todo.

PSICOLOGIA

Temperamento nervoso, no qual, a vida psíquica e mental passa à frente das manifestações físicas. De natureza refinada, reacções desligadas e de comportamento selectivo, apresenta algumas dificuldades de adaptação e de integração na vida ambiente. A recusa do instinto esta na base da personalidade; o ser reflecte antes de agir, chegando a ser minucioso em demasia. Graças a este travão, introduz na sua vida a disciplina e uma ordem que satisfaz um ideal. Daí um lado perfectível, um desejo de cultura ou de perfeição moral que satisfaz uma necessidade de autodeterminação, de segurança de si. Perante a inquietação do desconhecido, prefere apoiar-se nos seus juízos, num cálculo raciocinado, num acto aperfeiçoado.

Prático, realista, o nativo busca a segurança, a quietude, tomando medidas contra o instinto através de mecanismos de defesa sob a forma de retracção do Eu (introversão, reserva, pudor, timidez, sobriedade, sentimento de inferioridade, desapego...). Corresponde ao complexo anal recalcado da psicanálise freudiana: tendência geral para reter, controlar, disciplinar-se, dominar-se; economia, parcimónia, acumulação, conservação; temporização, criação laboriosa no escrúpulo, a mania do pormenor, o apego aos princípios, às regras e às normas; honestidade, consciência, seriedade, aplicação, respeitabilidade, pureza, perfeição; análise, dúvida, cepticismo, lucidez, organização, método, classificação, sistematização e gosto enciclopédico.

O signo de Virgem corresponde ao tipo ambivalente: racional e irracional, económico durante um certo tempo e subitamente gastador, pontual e inexacto, maníaco e desordenado, céptico e supersticioso, crítico e criativo, atarefado e fecundo (em tempos sucessivos) e nos casos extremos e segundo as circunstâncias, polido e hipócrita, preocupado com a etiqueta e desbragado nos termos.

O simbolismo de Mercúrio já foi aflorado quando falámos do Signo de Gémeos. Vamos então descrever o posicionamento do astro no Signo de Virgem. Mercúrio, rege em simultâneo os dois signos.

MERCÚRIO EM VIRGEM

Mercúrio encontra-se em exaltação neste signo, que é também o seu domicílio. Aqui as suas vibrações são poderosas e benéficas. Confere uma inteligência brilhante, inspirada e intuitiva; facilidade para lidar com números e potencialidades poliglotas, matemáticas, terapêuticas e artísticas. As ciências ocultas podem ser uma área preferencial de actuação. O dom de dominar pela palavra escrita e falada pode estar presente, podendo produzir grandes oradores, escritores e jornalistas. Com aspectos dissonantes o egoísmo, o utilitarismo, o extremo apego aos detalhes e a utilização desonesta da palavra podem ser algumas das características menos positivas.

O Signo de Leão


Leão - (23 de Julho a 22 de Agosto)
Regente: Sol
Elemento: Fogo
Analogia: Casa V
Estação do ano: Auge do Verão no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Coração, sistema cardiovascular, coluna vertebral

SIMBOLOGIA

Na natureza, simboliza a culminação vegetal, a plenitude do fruto, toda a magnificência ou maturidade sob o mais brilhante Sol do ano. Em analogia com o apogeu do Verão, Leão representa a plena afirmação da individualidade, a vontade, a consciência, do “Eu”, a soberania egocêntrica. Se o fogo cardinal do Carneiro é animal, cego e sublime, o fogo fixo do Leão é a expressão de uma força dominada, duma energia-luz disciplinada, dum fogo individualizado consagrado aos poderes e à vontade dirigida do Eu, força central reguladora e radiosa da vida, de calor, de luz e de brilho.Signo solar, em analogia com o coração, simboliza o que é régio na vida psíquica, o que tem de mais nobre o instinto. Mas quando o Leão, encarna muitas vezes, na forma inferior do animal cego pelas forças que não pode dominar, o Sol, personifica a vida adulta, socializada e sublimada, nas suas altas sínteses, é susceptível de desempenhar o papel de um superego tirânico, responsável pelas piores crises interiores e que inevitavelmente se revelarão no exterior.

PSICOLOGIA
As pessoas nascidas sob o signo de Leão constituem uma força da natureza. De constituição atlética e animadas por um temperamento bilioso, vão ao encontro da vida de uma forma decidida, feliz e naturalmente confiante, com aprumo, envergadura, certeza, audácia, com sede de conquista, de domínio e de ambição. Apaixonados, o impulso do Eu leva-os até à hipertrofia tirânica da vontade, sentimento de grandeza, orgulho, sobrestimação de si próprio, necessidade de prestígio, carácter magnânimo, altaneiro; ambição realizadora visível, mobilização das forças íntimas na mais alta tensão interior, ao serviço de uma paixão principal, de um ideal dominante que se torna a alma da sua vida, o centro da sua existência; sentido do poder, das responsabilidades. Existe eventualmente o risco de inflação do Eu, egocentrismo, muitas vezes na identificação com a sua profissão, o seu título, a sua missão... com exibicionismo, máscara social a devorar a individualidade, sendo o ser meio glorioso meio escravo, actor que só existe pelo seu público, dando um valor especial ao facto de ser olhado, apreciado, admirado.
Planeta Regente - Sol

O SOL - (Algumas considerações)

Simboliza os valores da vida, valores de dia, de luz, brilho, radiação.
Elemento - O Fogo.
Idade da vida - A maioridade com os seus ideais.
Princípio geral - Vida, criação, poder, espiritualidade.
Funções fisiológicas - As mais centralizadas e generalizadas; as do coração e do cérebro; a vista; a coluna vertebral.
Patologias Associadas - Processos relativos à hipertermia, hipercombustão, hiperastenia, hipertensão; cardiopatias, perturbações do sistema nervoso central e da vista.

Funções psicológicas - Relacionadas com o Super-Ego (negativo) e o ideal do Eu (positivo), o Sol rege o complexo consciência-vontade, acção-sentimento do real e relaciona-se com o lado superior do psiquismo nas suas altas funções de síntese, nas suas maiores exigências e nas suas aspirações mais elevadas; com a consciência moral, a vida policiada e sublimada que há no Eu, com o seu lado cultural. Representa ao mesmo tempo o vínculo social, a parte da sociedade no ser, de onde derivam as tendências sociais, a moral, a religião, tudo aquilo que engrandece e que enobrece.
Morfologia - Tipo apolíneo. Corpo esbelto, desenvolto, de proporções harmoniosas e elegantes. Rosto largo com uma fronte pura e alta, em forma de arco ou ogiva; nariz grande, muitas vezes ligeiramente aquilino; sobrancelhas altas, largamente desenhadas, de contorno arqueado; maçãs do rosto, maxilar e queixo alongados num único traço nítido e bem marcado; tez clara. Atitude nobre e orgulhosa, reservada, distante, altiva ou teatral, com gestos amplos, largos, espectaculares. Impressão geral de harmonia, amplitude, clareza e distinção.

Profissões - Que conduzam a dirigir, comandar, ordenar, criar e brilhar (director, administrador, esteta, artista, decorador, embaixador...) O género heróico, o grandioso impessoal ou o fausto; epopeia, drama; concerto; o fresco.

SOL EM LEÃO

Aqui intensificam-se as vibrações solares, determinando nobreza, autoridade, coragem, atitude, altivez, grande poder de recuperação e invulgar vitalidade, prometendo fama, prestígio e fortuna. Sob esta influência o nativo é franco, directo, objectivo, ambicioso e honesto. É generoso, tanto nos gastos como no dispêndio de energias. Com aspectos dissonantes o nativo pode apresentar características menos positivas, assim a arrogância, a tirania, a vaidade, a inafectividade e a brutalidade podem por vezes estar presentes.

O Signo de Caranguejo


Caranguejo - (21 de Junho a 21 de Julho)
Regente: Lua
Elemento: Água
Analogia: Casa IV
Estação do ano: Início do Verão no Hemisfério Norte
Corpo Humano: Estômago, Sistema Linfático, Glândulas Mamárias e Seios

SIMBOLOGIA

O primeiro estádio do Verão que corresponde à formação das sementes e marca o triunfo das forças geradoras maternas. Simboliza igualmente a água original, no momento do ano em que a seiva vegetal penetra os tecidos da natureza em plena fecundidade. É um signo fecundo e mudo, de polaridade feminino-negativa e de ritmo impulsivo. A sua natureza é de essência lunar, sendo a Lua o símbolo da mãe e da criança, da água, do crescimento, da alimentação, da fecundidade, da vida vegetativa, instintiva e inconsciente.


PSICOLOGIA

O complexo materno constitui, em regra, a sua problemática fundamental, que está próximo da sua sensibilidade cinestésica, da sua vida vegetativa; as recordações de infância e o seu apego ao passado são uma constante. Assim, tem tendência para se identificar com a figura materna, para se apegar à família, às recordações e memórias, preferindo o dentro ao fora, o interior ao exterior, o íntimo ao social. É um sonhador, um sentimental, um sensível, um imaginativo, inclinado à submissão passiva e feminina, primeiro à mãe e depois ao mundo. A emotividade desvia-o da acção sobre as coisas para as reduzir à consciência de si, voltando-se o ser para as paragens interiores. É ao mesmo tempo um ser introvertido, contemplativo, lírico, reduzido ao sentimento da sua pessoa, sonhando a sua vida ou vivendo o seu sonho. É um romântico que tem o amor do maravilhoso, do fantástico e da magia.

Por vezes, sob a influência de Saturno ou de Urano, pode opor-se por defesa à influência materna; é a reacção, seca e fechada, contra tudo o que é afectivo, emotivo e instintivo. Há uma maior cerebralização dos sentimentos e alguma dificuldade em expressá-los, apesar da riqueza do seu mundo interior.

Planeta Regente: Lua

A Lua percorre, em média, 13º 10’ 36’’ do zodíaco, por dia; passa 2 dias, 4 horas e 38 minutos em cada signo e dá uma volta completa ao redor da Terra em 27 dias, 7 horas e 43 minutos, sendo esta a duração do “ano” lunar.

A LUA (Algumas considerações)
Simboliza as mudanças relativas à rapidez do movimento e das fases do astro.
Elemento - A Água.
Idade da vida - A infância. A idade da semente.
Princípio geral: O feminino-materno, a receptividade, a fecundidade, a gestação, a reprodução e o crescimento. Representa a força da vegetação e da fertilidade da natureza.
Funções fisiológicas - Funções digestivas (estômago, intestinos) e reprodutoras (ovários, seios).
Patologias Associadas - Hipotermia, hipoastenia, hipotensão e epilepsia.
Funções psicológicas: A Lua rege a vida infantil, arcaica, vegetativa, autista e anímica da psique, esse lado “inferior”, a que Ptolomeu chamou “a alma animal”. A zona lunar da personalidade é uma zona nocturna, inconsciente, crepuscular, pulsional e instintiva. É a zona primitiva que habita em nós, mas que permanece adormecida, vivaz ainda no sono, nos sonhos, no imaginário e que molda a nossa sensibilidade. Representa a nossa natureza emocional mais íntima e profunda.
Psicopatologia: Processos de interiorização e de regressão; complexos de inferioridade, histeria.
Morfologia - Do tipo infantil. Corpo dilatado, por vezes adiposo, pesado (embora haja raros lunares longilíneos); formas ondulantes, diluídas, esbatidas. Rosto redondo de fronte arqueada e lisa, com limites imprecisos; sobrancelhas e arcadas pouco pronunciadas; olhos grandes, à flor da pele; nariz pequeno, escavado na base e levantado na extremidade; tez pálida. Traços de conjunto embotados, apagados, indecisos, inacabados. Expressão espantada, ingénua, por vezes ausente, vaga ou receosa, com gestos suaves, evasivos. Impressão de indolência (ou de nervosismo), de doçura, de sonho, de silêncio.

Profissões: As que consistam em proteger, criar, manter, guardar, procriar ou reproduzir (alimentação, vestuário, mobiliário, criação; actividades relacionadas com a criança (puericultura, ensino, grandes instituições) e o público (política, artes). O género íntimo e pessoal – poesia, sobretudo lírica, conto, fábula, diário íntimo, folclore, história; melodia, poema sinfónico; o intimismo pictórico.

LUA EM CARANGUEJO

Este é o domicílio da Lua e aqui ela encontra-se em excelente posição, prometendo imensa popularidade e fazendo o nativo elevar-se acima do meio onde nasceu; confere sensibilidade e imaginação; desperta os sentidos interiores, inclinando para o oculto e para o misterioso, seja em sentido científico ou místico. Pode proporcionar elevada inspiração literária ou musical e ao mesmo tempo a compreensão e a admiração do público. Em certos casos indica uma excepcional inclinação para a arte culinária. Em dissonância a instabilidade, irritabilidade, gula, preguiça, indiscrição e a credulidade podem ser características destes nativos.

O Signo de Gémeos


Gémeos - (21 de Maio a 20 de Junho)
Regente: Mercúrio
Elemento: Ar
Analogia: Casa III
Estação do ano: Final da Primavera
Corpo Humano: Braços, mãos, ombros e clavícula, pulmões

SIMBOLOGIA

Após a eclosão de Carneiro e a encarnação de Touro, o signo de Gémeos simboliza na natureza a conquista aérea da vegetação pela ramagem e a folhagem, sendo esta etapa primaveril a da plenitude da função clorofila, em correspondência com o aparelho pulmonar, sede da função. Gémeos expressa ritmos rápidos e relações estreitas com o meio ambiente bem como com a vida do espírito. A sua natureza é de essência adolescente, princípio de ligação de trocas, de movimento, de adaptação, de comunicação, de interpenetração e de cerebralização.

PSICOLOGIA

A característica predominante no signo é a amplitude do campo da consciência. Projecta a cada instante nas coisas um fino pincel de atenção sem insistir na sua captação; daí um fraco vestígio de impressão, pois ele varre aqui uma larga superfície de representações. Se o Carneiro é o mais impulsivo dos signos e o Touro o mais fixo, o Gémeos é o mais móvel. De humor instável, amante do movimento, cultiva o desapego. É maleável, flexível, ligeiro, e adaptável; ao mesmo tempo em toda a parte e em parte nenhuma, vítima da divisão interior e das problemáticas que esta levanta.

Planeta Regente: MercúrioAno venusiano: 87 dias e 23 horas terrestres.
Permanência média em cada signo: 7 dias, 4 horas e 10 minutosVelocidade Média: 1º 24´por dia

MERCÚRIO (algumas considerações)

Simboliza a mobilidade, uma vez que este planeta é o mais rápido na sua rotação em torno do Sol.
Elemento - A Terra, dominando o seco em relação ao frio.
Idade da vida - A adolescência.
Princípio geral - Princípio de comunicação, ligação, trocas, movimento, de diferenciação na dualidade dos contrários polares, bem como de adaptação pela suspeição, a repressão da vida sensível em benefício de uma cerebralização liberta da rica confusão original do subjectivo estado lunar da infância.

Funções fisiológicas - Funções de troca com o meio através da respiração, da linguagem, da mão e do sistema nervoso.
Patologias Associadas - Perturbações psicossensoriais.
Funções psicológicas - Mercúrio é o auxiliar do Eu afirmando o mundo da razão (no sentido corrente da expressão). O planeta conduz à intelectualização e socialização em proveito dos usos e convenções submetidos às regras da lógica; comércio do espírito pelas ideias vestidas de palavras e comércio da matéria pelo sistema das trocas regulamentadas. Em parte assimilável ao Eu, é por excelência um factor de adaptação face aos impulsos do interior e às pressões do exterior.

Psicopatologia - Instabilidade, mitomania, cleptomania.

Morfologia - Corpo magro, muitas vezes esguio e franzino; formas refinadas e delgadas. Rosto triangular, por vezes alongado; o nível craniano predomina com uma implantação sobre elevada dos cabelos e uma fronte larga; sobrancelhas em acento circunflexo; nariz pontiagudo e um pouco levantado; o próprio queixo é pontiagudo e magro. O conjunto do rosto é construído em facetas. Com os olhos trocistas, a prega da boca irónica, a finura dos traços, uma mímica muito expressiva e eloquente, o todo dá uma impressão juvenil, por vezes até um aspecto de garoto ou diabrete.

Profissões - As que consistem em ver, ouvir, compreender, falar, ler, escrever, contar, traduzir, interpretar, transmitir, viajar, trocar, adaptar... (comércio, secretariado, redacção, edição, jornalismo, rádio). A conversação, a comédia, a imitação, o virtuosismo, a paródia, o desenho.

MERCÚRIO EM GÉMEOS

Ocupando este signo, Mercúrio encontra-se no seu próprio domicílio, pode assim manifestar-se em toda a sua plenitude. A sua energia vibratória proporciona ao nativo simpatia e versatilidade, inteligência brilhante, por vezes genial, vivacidade, bom humor, alegria e entusiasmo. O tipo mercuriano destaca-se pela sua insaciável curiosidade e pela sua incansável busca de novas relações e novas actividades. Quando está em Gémeos e ocupa o ascendente, Mercúrio satisfaz essas tendências e promete inúmeras viagens e mudanças; indica êxito nos trabalhos científicos, literários, jornalísticos e artísticos e também na prática das ciências herméticas. Com aspectos dissonantes, em que a energia de Mercúrio não flui com facilidade, o nervosismo, impertinência, puerilidade, inconstância, desonestidade, fraude e dissimulação, são características que, em regra, são passíveis de serem manifestadas.