sábado, 21 de novembro de 2009

A Ética e a Estética em Astrologia (II)


No entanto, as mesmas pessoas, quando recorrem aos serviços de um médico ou de um psicólogo, por exemplo, apressam-se a informá-los sobre o que os afecta e aflige. Da mesma forma, assim deve acontecer na consulta astrológica. Devemos explicar às pessoas que nos consultam, que possuímos um instrumento de leitura, que é o seu mapa do céu, mas que, também elas, devem fazer parte integrante dessa leitura. Um médico não receita um medicamento sem saber de que se queixa o paciente; do mesmo modo o astrólogo não deve esperar que a pessoa lhe diga, apenas no fim da consulta: -“Disse-me algumas coisas com as quais me identifico, mas outras não me fazem qualquer sentido”. Isto é frustrante para ambas as partes.

Um astrólogo com alguns anos de prática deve perceber, através da leitura de um mapa, quais poderão ser as problemáticas fundamentais de uma pessoa; mas estas devem ser discutidas a dois, numa postura pró activa e não unilateral em que o importante é a descodificação do seu ADN celeste, nas suas competências e fragilidades. A função do astrólogo é explicar-lhe a simbologia astrológica, os aspectos energéticos em jogo, as propostas evolutivas que o céu lhe designa, cabendo à pessoa procurar afinar com o astrólogo pequenas nuances, e, porventura, esclarecer algumas dúvidas, que resultam da interpretação de um ou outro aspecto celeste.

É ainda relevante salientar um dos aspectos fundamentais da consulta astrológica - o estabelecimento da relação com o consultante. Quem souber “ler” um mapa astral, saberá apropriar-se dessa leitura para poder estabelecer uma relação de empatia e de confiança com o outro. Empatia, significa compreensão afinidade, sintonia, porque a sua problemática deve encontrar eco no próprio astrólogo, que deve aceitá-lo e respeitá-lo na sua individualidade e características próprias, isto é, sem emitir juízos de valor. Este, é sem dúvida um aspecto primordial. Gostaria também de sublinhar um outro aspecto de capital importância na consulta astrológica – o modo como transmitimos ao consultante algumas particularidades menos agradáveis detectadas no seu mapa do céu.

Em primeiro lugar devemos estar atentos, e o próprio mapa já nos oferece essa informação, à sua personalidade, à sua natureza humana, para que a nossa mensagem se adeque também às suas características e indiossincrasias. Não é admissível por exemplo, que possamos responder a uma pergunta desta natureza! "Quando é que eu vou morrer?" Nem mesmo considerando que a pessoa que coloca esta questão não tenha qualquer amor pela própria vida. É necessário portanto estabelecer limites, não só à natureza do que se pergunta, como quanto ao modo e à forma de resposta.

A Astrologia não é uma ciência exacta, todos o sabemos; ela revela-nos disposições, tendências e orienta-nos na prossecução da nossa missão, expressa pela posição do nosso Nodo Norte Lunar. Por si só, é muito mais do que poderíamos pretender, tal é o seu alcance e a sua validade como instrumento celeste. Como humanos devemos agradecer esta dádiva libertadora, que emana da insondável dimensão galáctica.

Respeitemo-la pois!


Fernando Barnabé

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