sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Luis Vaz de Camões - O Astrólogo (III)


“O dia em que nasci morra e pereça
Não o queira, jamais, o tempo dar
Não torne ao mundo; e se tornar,
Eclipse nesse “passo” o Sol padeça...”

Ao pesquisador atento não restará dúvida de que na “redundância” (morra e pereça) está implícito o duplo infortúnio ou o dia do seu nascimento em 23 de janeiro, coincidindo com a conjunção Saturno e Júpiter quando, segundo Camões, Saturno o lobo, aflige a fortuna, (Júpiter) roubando-lhe a sorte; e o eclipse do Sol o qual haveria de ocorrer, nesse mesmo dia (o “passo” do Sol), um ano depois, no mesmo dia 23 de janeiro do ano seguinte, no seu primeiro aniversário... A profecia de que se o dia do seu nascimento se repetir no aniversário (no ano seguinte): “Eclipse nesse passo o Sol padeça...” E Camões acrescenta com precisão astrológica que nasceu debaixo da influência funesta de Saturno... “Quem nasce em dia De estrela tão dura, Não acha ventura Não pôs minha Estrela Mais ventura em mim...” A estrela tão dura dos alfarrábios astrológicos, é Saturno o qual, nesse dia, infringia à Fortuna que é Júpiter restrições responsáveis por toda a desgraça de sua vida.... “O dia em que nasci, morra e pereça Não queira jamais o tempo dar Não torne ao mundo e, se tornar, Eclipse nesse “passo” o sol padeça.... Ora, as tábuas astronômicas da época confirmam que o único eclipse do Sol, ocorrido em um sábado, (dia do mesmo Saturno que o afligira no dia do seu nascimento), entre 1515 e 1540 – período inarredável do evento -, teve seu curso no signo de Peixes no dia 23 de janeiro de 1525, por ocasião do primeiro aniversário do poeta, ou seja em 23 de janeiro de 1525...

Fica bem claro que Camões afirma que tendo o eclipse ocorrido no dia do primeiro aniversário de seu natalício, óbvio está afirmando que nasceu no dia 23 de janeiro, mas no ano anterior ao funesto eclipse, de 1525, sob influência de Saturno... Como astrólogo discordo da interpretação da época quando se afirmavam funestos os efeitos dessa conjunção... Mas isto não ofusca em nada as magníficas citações astrológicas de sua obra...

Em outros de seus versos repete a visão triste de seu trágico destino quando decanta com amargura os 2 maiores dramas de sua alma: a vida de heróicas e desastradas aventuras e o doloroso desfecho que foi o trágico desaparecimento de sua bem amada Dinamene. “Dois lobos... logo a voz e a melodia Te fugirão, e o som suave e puro! Bem foi assim porque um me degolou Quanto gado vacum pastava e tinha De que grandes soldadas esperava... E, por mais dano, o outro me matou A “Cordeira Gentil” que eu tanto amava Perpétua saudade de alma minha!” Os “dois lobos” são Saturno que lhe rouba a Fortuna, e Marte que lhe mata o amor... Os quais se encontravam anareticamente colocados no horóscopo do dia do seu nascimento...
Desejo com essa evocação à vida e obra de Luis Vaz de Camões, ajudar a despertar novas emoções nas almas dos cultores do Saber, para o magistral Poema da Humanidade, composto pelo grande poeta de quem somos culturalmente herdeiros...

"Fonte:http://www.assuramaya.com/Jornal/06_Historia_do_homem/jornal_luis_de_camoes.htm

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